O Canto Litúrgico Na Sequência da Celebração
O canto e a música são elementos importantes na Celebração do Povo de Deus em festa pela salvação de Cristo. Ele como “parte necessária e integrante da liturgia” (SC 112), por exigência de autenticidade, deve ser a expressão da fé e da vida cristã de cada assembléia.
O canto na Missa está a serviço do Louvor de Deus e da nossa santificação. Não é apenas para embelezar a Missa, mas para nos ajudar a rezar. Por isso é necessário que cada canto, esteja de acordo com o tempo litúrgico que se esta celebrando.
O Apóstolo aconselha os fiéis, que se reúnem em assembléia para aguardar a vinda do Senhor, a cantarem juntos salmos, hinos e cânticos espirituais (cf. Cl 3, 16), pois o canto constitui um sinal de alegria do coração (cf. At 2, 46). Por isso, dizia com razão Santo Agostinho: “Cantar é próprio de quem ama”[1], e há um provérbio antigo que afirma: “Quem canta bem, reza duas vezes” (IGMR n.39). Portanto, dê-se grande valor ao uso do canto na celebração da Missa, tendo em vista a índole dos povos e as possibilidades de cada assembléia litúrgica. Ainda que não seja necessário cantar sempre todos os textos de per si destinados ao canto, por exemplo nas Missas dos dias de semana, deve-se zelar para que não falte o canto dos ministros e do povo nas celebrações dos domingos e festas de preceito. Na escolha das partes que de fato são cantadas, deve-se dar preferência às mais importantes e sobretudo àquelas que o sacerdote, o diácono, o leitor cantam com respostas do povo; ou então àquelas que o sacerdote e o povo devem proferir simultaneamente[2]. (IGMR n.40) Os Três tipos de Cantos na Missa 1° Nível - O Diálogo do Ordinário, entre o Presidente e a assembléia: Trata-se do canto dos diálogos entre o Pe. e a Assembléia de partes do Ordinário da Missa: São eles: a saudação, o Oremos, o prefácio, a consagração, o Pai-Nosso, a benção e a despedida.
2° Nível - As partes do Comum da Missa: São sempre os mesmos, não mudam a cada Missa, é comum em toda Missa. O sacerdote canta como resposta ou junto com o povo. São eles: o Senhor, o Glória, o Creio, o Santo, o Cordeiro de Deus e a Oração Universal. Importante que esses cantos sejam cantados integralmente (devem ter a mesma letra como se reza).
3° - Nível é o próprio: Mudam conforme o tempo que esta se celebrando (Natal – Quaresma...) São eles: Entrada, Salmo responsorial, Aclamação do Evangelho, Canto de oferendas, Canto de Comunhão e Canto de louvor e agradecimento, chamado agora também de canto depois da Comunhão. Cantos na sequência da Celebração Canto de Entrada - (faz parte dos cantos do Próprio): A finalidade desse canto é Abrir a celebração, promover a união da assembléia, introduzir os fieis no Mistério do tempo litúrgico ou da festa e acompanhar a procissão do sacerdote e dos ministros (IGMR 47). O canto é executado alternadamente pelo grupo de cantores e pelo povo, ou pelo cantor e pelo povo, ou só pelo grupo de cantores. Pode-se usar a antífona com seu salmo, do Gradual romano ou do Gradual simples, ou então outro canto condizente com a ação sagrada[3] e com a índole do dia ou do tempo, cujo texto tenha sido aprovado pela Conferência dos Bispos (IGMR 48). Não havendo canto à entrada, a antífona proposta no Missal é recitada pelos fiéis, ou por alguns deles, ou pelo leitor; ou então, pelo próprio sacerdote, que também pode adaptá-la a modo de exortação inicial (cf. n. 31). Deve terminar quando o padre chegar ao altar. Se houver uso de incenso, prossegue até que o altar seja incensado. Obs: Uma sugestão para ser lida após o comentário inicial: fiquemos todos de pé para darmos inicio a celebração, cantando o canto de entrada... Este não é um canto exclusivo para receber o celebrante. É um canto abrangente onde receber o celebrante é uma de suas características. Ato Penitnecial - (faz parte dos cantos do Comum): Trata-se de um canto em que os fieis aclamam o senhor e imploram a sua misericórdia. A Igreja quer colocar a assembléia diante de Deus numa atitude de pobreza / conversão, ajudá-la a tomar consciência de que tudo é graça, tudo é dom de Deus. É normalmente executado por todos. Esse canto é facultativo – pode ser substituído por outra ação correspondente, como por exemplo à aspersão com água benta aos domingos. A aclamação Laudatória (Senhor, Cristo e Senhor tende piedade de nós) junto com a oração de pedido de perdão pode ser usada sem a necessidade de reza-la novamente após o Ato Penitencial. Glória - (faz parte dos cantos do Comum): É um rito da Santa Missa. O glória é um hino oficial da Liturgia, de louvor a Santíssima Trindade, com caráter cristológico e pascal. É um hino antiguíssimo (séc. II), os anjos entoaram no nascimento de Jesus; os louvores dos anjos ao poder de Deus no livro do Apocalipse. É cantado ou recitado nas Missas Solenes, seja nos domingos e sábados, ou nas festas dos santos. Não se diz na Quaresma e no Advento certamente pelo fato de um hino festivo não sintonizar com um tempo penitencial. Também não se diz nos dias de semana porque perderia o sentido solene. - Às vezes são cantados uns hinos um pouco diferentes. Há uma proibição explícita de se substituir o texto do hino do Glória por outro texto qualquer (cf. n.53 da IGMR) o mesmo acontece com o Santo e o Cordeiro de Deus (cf. n.366 da IGMR). Salmo - (faz parte dos cantos do Próprio): É uma espécie de eco ou resposta à mensagem proclamada. Alguém chamou esse salmo de “Oração da Leitura”. Não pode ser um canto qualquer, para se preencher espaço e variar um pouco. Não nos esqueçamos que o Salmo é Palavra de Deus. De preferência, o salmo responsorial será cantado, ao menos no que se refere ao refrão do povo. Assim, o salmista ou cantor do salmo, do ambão ou outro lugar adequado profere os versículos do salmo, enquanto toda a assembléia escuta sentada, geralmente participando pelo refrão, a não ser que o salmo seja proferido de modo contínuo, isto é, sem refrão (IGMR n.61). O Canto de Acolhida do Livro das Sagradas Escrituras: (faz parte dos cantos do Ordinário) Assembléia de pé. Este canto provoca atitude de alerta e exultação no momento em que o Livro Sagrado é introduzido solenemente na assembléia Aclamação ao Santo Evangelho (faz parte dos cantos do Próprio): Esta aclamação constitui um rito ou ação por si mesma, através da qual a assembléia dos fieis acolhe o Senhor que lhe vai falar no Evangelho, saúda-o e professa sua fé pelo canto. É cantado por todos, de pé, primeiramente pelo grupo de cantores ou cantor, sendo repetido, se for o caso; o versículo, porém, é cantado pelo grupo de cantores ou cantor.O Aleluia, é cantado em todos os tempos, exceto na Quaresma. (IGMR n° 62) Um bom costume é, após a leitura do Evangelho, repetir o Aleluia, porém não necessáriamente em toda a celebração. Profissão de fé – Creio - (faz parte dos cantos do Comum): O símbolo deve ser cantado ou recitado pelo sacerdote com o povo aos domingos e solenidades; pode-se também dizer em celebrações especiais de caráter mais solene. Quando cantado, é entoado pelo sacerdote ou, se for oportuno, pelo cantor ou pelo grupo de cantores; é cantado por todo o povo junto, ou pelo povo alternando com o grupo de cantores. Se não for cantado, será recitado por todos juntos, ou por dois coros alternando entre si. Apresentação das Oferendas – (faz parte dos cantos do Próprio): O canto do ofertório acompanha a procissão das oferendas (cf. IGMR n. 37, b) e se prolonga pelo menos até que os dons tenham sido colocados sobre o altar. As normas relativas ao modo de cantar são as mesmas que para o canto da entrada (cf. IGMR n. 48). O canto pode sempre fazer parte dos ritos das oferendas, mesmo sem a procissão dos dons. (IGMR 74). Tem a finalidade de realçar o seu sentido das oferendas, que querem significar o objeto da ação de graças e a nossa atitude sacrifical. Quer afinal preparar os corações para a ação de graças e para o sacrifício com Cristo. Portanto, quando houver canto de ofertório, é ideal que acompanhe os dois primeiros momentos (Preparação do altar e Procissão das oferendas). Os 3 Momentos: 1º - Preparação do altar (corporal – cálice – o Missal...) 2º - Procissão das oferendas 3º - Apresentação das Oferendas ao Altar pelo Presidente, com a aclamação da assembléia, Bendito seja Deus... Não é proibido cantar até o final do rito de preparação das oferendas (todos os 3 momentos). Este canto só não deve se prolongar, deixando o padre esperar para o, Orai, irmãos... Santo - (faz parte dos cantos do Comum): É um rito da Santa Missa. Não podemos perder o sentido original da grande aclamação a Deus, dizendo Três vezes “Santo”. Nós cantamos o cântico que os serafins proclamaram diante do trono celeste (Is 6,3). É o reforço de expressão para significar o máximo da Santidade. Faz parte integrante da Oração Eucarística. Existem ao menos três elementos fundamentais: 1 – A santidade de Deus – Santo, Santo, Santo, Senhor Deus... 2 – A majestade de Deus – O céu e a terá proclamam a vossa glória 3 – A imanência de Deus – Bendito o que vem em nome do Senhor... Não é lícito substituir os cantos colocados no Ordinário da Missa, por exemplo, o Santo, o Cordeiro de Deus, por outros cantos (IGMR 366). Pai Nosso: (faz parte dos cantos do Ordinário): Na Oração do Senhor pede-se o pão de cada dia, que lembra para os cristãos antes de tudo o pão eucarístico, e pede-se a purificação dos pecados, a fim de que as coisas santas sejam verdadeiramente dadas aos santos. Ganhara muito em solenidade e expressão se se revestir do canto. Em termos musícais o mais adequado é o recitativo coletivo ou alguma forma direta. O sacerdote profere o convite, todos os fiéis recitam ou cantam a oração com o sacerdote, e o sacerdote acrescenta sozinho o embolismo, que o povo encerra com a doxologia. Desenvolvendo o último pedido do Pai-nosso, o embolismo suplica que toda a comunidade dos fiéis seja libertada do poder do mal. A oração dp Senhor tem um valor particular como palavra de Jesus, sendo, além disso, um dos sinais ecumênicos mais respeitados. É totalmente inaceitável substituir as palavras do Senhor por textos de criação particular. Canto da Paz : Hoje no Brasil não esta mais previsto a realização deste canto por alguns motivos. O doc. Redemptionis Sacramentum diz: ”Nem se execute qualquer canto para dar a paz, mas sem demora se recite o Cordeiro de Deus” (RS 72) Canto Cordeiro de Deus - (faz parte dos cantos do Comum): A finalidade é acompanhar o partir do pão, antes de se proceder a sua distribuição. Pode ser cantado ou recitado, mas a assembléia deve participar da última petição: dai-nos a paz. Quem inicia esse canto ou a recitação é o cantor ou o animador. A invocação acompanha a fração do pão; por isso, pode-se repetir quantas vezes for necessário até o final do rito. A última vez conclui-se com as palavras dai-nos a paz. (IGMR n. 83) Não é lícito substituir os cantos colocados no Ordinário da Missa, por exemplo, o Santo, o Cordeiro de Deus, por outros cantos (IGMR 366). Canto de Comunhão - (faz parte dos cantos do Próprio): Deve expressar pela união das vozes, a união espiritual dos comungantes, demonstrar a alegria dos corações e e realçar mais a índole “comunitária” da procissão para receber a Eucaristia (IGMR n.86).O canto começa quando o sacerdote comunga, prolongando-se, oportunamente, enquanto os fieis recebem o Corpo de Cristo. Não pode-se cantar qualquer canto neste momento tão sublime. Deve se respeitar o tempo Litúrgico e levar a interiorização. Haja o cuidado para que também os cantores possam comungar com facilidade. (IGMR 86) Não havendo canto, a antífona proposta no Missal pode ser recitada pelos fiéis, por alguns dentre eles ou pelo leitor, ou então pelo próprio sacerdote, depois de ter comungado, antes de distribuir a Comunhão aos fiéis (IGMR n.87). O Coord. Deverá orientar comunhão, evitando parar o canto. Canto de Louvor e Agradecimento (açao de graças) - (faz parte dos campos do Próprio): Terminada a distribuição da comunhão, se for oportuno, o sacerdote e os fieis, oram por algum tempo em silêncio, podendo a assembléia entoar um salmo ou outro canto de louvor ou hino. (IGMR n.88). Este canto quer ser um prolongamento da comunhão; como que um momento de agradecimento e de louvor pela presença sacramental de Jesus Cristo como pão da vida, que renova a força da assembléia para poder recomeçar a caminhada. Outras partes também poderão ser cantadas, como: Cantar algumas Aclamações: Há uma série que podem ser cantadas. - As respostas das Orações Eucarísticas podem ser cantadas. - O Amem, pode ser cantado muitas vezes, especialmente depois da doxologia final, (Por Cristo, Com Cristo e Em Cristo...) que é o grande momento da Missa. - Durante a consagração é melhor o silêncio, nem mesmo solos (órgão) devem distrair a atenção da assembléia naquele momento. (IGMR n.32). Pode-se cantar sim a aclamação após a consagração (Eis o mistério da Fé). Quem canta essas aclamações: o solista, o coral. Os fieis repetem. “Momentos de silêncio na Liturgia, não são espaços vazios de tempo, mas espaços de tempo repletos da Presença”. |
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